1/38 A primeira estrada da Série B 2022
O já longínquo ano de 2005 reservou ao Grêmio o desafio de encarar a Série B, como ocorrerá neste ano. Naquela oportunidade, eu, com 13 anos de idade, vivia pela primeira vez a experiência de acompanhar o clube fora da elite do futebol nacional.
Passado todo o sufoco daquela infernal competição, que não era disputada em pontos corridos — havia dois quadrangulares nas fases finais, tornando tudo ainda mais tenso — , as lembranças que ficaram são as mais bonitas e épicas. Afinal, foi em 2005 que o Grêmio passou por um dos episódios mais inacreditáveis da sua história: a famosa Batalha dos Aflitos.
Porém, até chegar no glorioso 26 de novembro de 2005, a estrada trilhada foi desafiadora, esburacada, truculenta. A primeira partida ocorreu fora de casa, assim como será neste ano: naquela oportunidade, o Tricolor estreou com derrota por 2 a 1 contra o Gama, do Distrito Federal.
Acredito que o time atual, ainda que limitado, seja superior àquele, além de a situação geral do clube ser menos problemática do que era em 2005 — o que não anula o fato de que também há problemas atualmente. Aliás, foi justamente pela situação dos últimos anos ser mais favorável que direção e torcida deitaram em berço esplêndido e, adormecidos na soberba, viram o time ser rebaixado.
Espero e acredito que a história em 2022 também encerrará com a missão cumprida, com o Grêmio retornando ao Brasileirão Série A no ano seguinte, porém sem tantos elementos dramáticos. Entretanto, a competição não será fácil. Acompanhei Brusque 1x0 Guarani e Bahia 2x0 Cruzeiro, e especialmente o último me chamou a atenção pelo bom nível coletivo apresentado (ainda que tecnicamente sem grande destaque). Mesmo assim, estou fazendo de tudo para acreditar que o Grêmio conseguirá se impor e sobressair na competição.
No primeiro desafio, contra a Ponte Preta no Moisés Lucarelli, o Tricolor deve ir a campo com a seguinte escalação: Brenno; Rodrigues, Geromel, Bruno Alves e Diogo Barbosa; Villasanti, Lucas Silva e Bitello; Campaz, Ferreira e Elias.
O time é limitado, conta com um goleiro jovem que ainda não transmite segurança, laterais fracos (especialmente Diogo Barbosa); volantes com maiores características de marcação do que criação (exceto o muito bom Bitello). Na frente, jovens apostas, mas nenhum goleador afirmado. Com a chegada de reforços e a reformulação do elenco, é possível ficar um pouco menos preocupado, mas o sinal de alerta precisa estar aceso.
Escreverei antes de cada um dos 38 ardilosos capítulos do Grêmio em mais uma Série B (parabéns aos envolvidos!). Neste primeiro texto, um pouco da lembrança da última vez que o Tricolor esteve no inferno, relembrando a dureza que foi aquela competição, com uma angústia que percorreu o coração dos gremistas por meses e que só foi resolvida após a defesa milagrosa de Galatto e o gol inacreditável de Andershow.
Já mais velho e mais vivido, posso dizer que o que fez aquele Grêmio subir foi a organização e respaldo ao treinador da época, a união entre todos no clube e, fundamental, o apoio avassalador da torcida gremista. É hora de todos se unirem e apoiar o Tricolor!